Ao pensar sobre o futuro da saúde digital é indissociável não atribuí-lo ao monitoramento remoto dos pacientes. Com o envelhecimento populacional, aumento da prevalência de doenças crônicas, redução de profissionais de saúde qualificados e modelo de remuneração baseado em valor, o cuidado ao paciente precisa ser mais efetivo, acessível e seguro. A migração do cuidado do hospital para a casa do paciente, através de ambientes virtuais seguros e em cloud já é uma realidade. Esta reconstrução digital da saúde só é possível através de aplicativos, “internet of things” e plataformas online. Em 2025, a projeção para este mercado é cerca de $130 bilhões. Alguns atributos são fundamentais para a incorporação de um dispositivo ao cuidado coordenado: é preciso ter acurácia, ser eficiente, ser seguro e ter baixo consumo de bateria.
O olhar para 2023 está focado nos dispositivos vestíveis, como smartwatch, fit band e “adesivos” que permitem a monitorização da frequência cardíaca e respiratória, saturação de oxigênio, eletrocardiograma e monitorização do sono, por exemplo. O mais interessante, tudo isso interoperável com o sistema próprio do seu serviço de saúde e com endpoints para emissão de alertas, permitindo agir no tempo adequado.
A outra tendência do futuro é o uso da inteligência artificial (IA). Este mercado deve superar 20 milhões de dólares em 2023. Através de uma linguagem natural, padrão de identificação e machine learning, ela pode ser utilizada na assistência diagnóstica, pesquisa clínica, prevenção, padronização do cuidado, interpretação de imagens médicas e identificação de CID e TISS. A IA na saúde digital melhora o diagnóstico, auxilia na recomendação de um tratamento personalizado e soluciona desafios logísticos não somente para médicos, mas para todo o ecossistema de saúde. O resultado disso? Permite a redução de custos e a efetiva medicina de precisão.
Na contramão das tendências, a telessaúde passou a ser realidade somente após o início da pandemia por COVID-19. Não somente pela obviedade da lei da oferta e da procura, mas pela inovação que dispositivos que permitem o exame físico a distância proporcionaram. A telessaúde empondera o paciente, aumenta o engajamento dele com sua própria saúde e permite ao médico uma visão holística sobre seu paciente. Estamos, de fato, colocando o paciente no centro do cuidado e praticando uma medicina mais efetiva e personalizada, ao acesso de toda a população, independente das barreiras físicas e culturais.